sexta-feira, 19 de maio de 2017

Adeus, Chupeta


Não é uma questão de certo ou errado, não vamos entrar nesse mérito, até porque eu tenho opiniões próprias que podem se chocar com as das demais pessoas. Dar chupeta ou não dar é uma opção dos pais e cabe a eles decidir o que é certo.

Meu filho teve muita cólica e acabei tendo que oferecer como um consolo, ele demorou um pouco a pegar pois preferia mamar. Passou-se o tempo e ele deixou de mamar, mas a chupeta ficou. Era uma ajuda para chegar ao sono ou para aliviar as dores do nascimento dos dentes. Tinha dias que era difícil até tirar: ele queria ficar sempre com ela e a gente mal via a boca do menino, de tanto que ele chupava.

Quando a dentição terminou, eu pensei: é hora de tirar. A chupeta não serviria mais de alívio à dentição e agora ela estava virando mais um objeto de morder, mastigar do que propriamente de chupar. Ele estava destruindo o silicone e formando grandes buracos nele. Era realmente hora de tirar.



Aí vem logo as lembranças de relatos: foi horrível de tirar, foi traumatizante, foi penoso. Quando o assunto é tirar a chupeta, não existe aquele papo de que foi fácil (como ocorre em partos normais e a gente escuta que o bebê praticamente escorregou da mãe). Então vem logo o medo do que há porvir.

Li um bocado sobre antes de iniciar o processo e criei coragem para o processo. Definir duas etapas: tirar a chupeta durante o dia e depois tirar a chupeta durante a noite.

O primeiro passo era, simplesmente tirar a chupeta da visão. O que os olhos não vêem, o coração não sente, não é mesmo? Então recolhemos todas as chupetas e deixamos elas numa mesma caixinha em uma prateleira do quarto dele, apenas para uma necessidade. E o que descobrimos? Ele raramente pedia ela. E passamos também a não levar as chupetas para a escola ou lugares públicos. Ele teria que se consolar de outro jeito. Claro que ele chorou. Foi contrariado, fez birra, chorou. Deixamos ele tentar se acalmar sozinho. Demorou mais do que se a gente simplesmente oferecesse a chupeta, mas ele acabou se acalmando. Quando ele pedia a chupeta, nós dizíamos que ele era um menino agora e só usaria a chupeta para dormir. Fomos repetindo essa ideia sempre que possível, para ele entender que agora ele não era mais um bebê e entender que esse marco indicava que a chupeta não pertenceria mais a esse período da sua vida.

Após uma semana, conseguimos vencer esse período de pedidos durante o dia, pois ele entendeu que a chupeta agora era apenas para dormir. O desafio agora era tirar para dormir, para que ele dormisse sem. Então estabelecemos um deadline: embora ele não entendesse, nós dissemos que uma semana seria o prazo para tirar a chupeta. Continuamos com a conversa da semana passada, sempre insistindo no processo evolutório de bebê para menino e à noite deixávamos ele pedir a chupeta para somente aí dar-lhe ela.


Ao final da segunda semana, conforme combinado, nós tiraríamos ela mesmo que ele pedisse. À noite ele pediu mas conversamos com ele, dizendo que o prazo da chupeta tinha acabado e agora ele era um menino e não precisaria mais usar ela. Ele chorou um pouco mas conseguimos consolá-lo e ele pegou no sono sem ela. Nos dois dias seguintes foi igual mas com menos choro até que na quarta noite ele não pediu mais. Já fazem 2 meses que ele está livre dela.

Situação engraçada: essa semana ele viu na TV um bebê de chupeta e disse "Quero bico!". Nessas horas, a gente tem que se manter firme e não pude deixar de rir um pouco. Expliquei que tinha dado todas a chupetas dele e contei aquela historinha do bebê que cresceu. Ele riu e ficou tranquilo. Portanto, possa ser que seu filho ainda venha a sentir falta da chupeta mas nem por isso precisa dar ela. Minha sobrinha de 6 anos esses dias mesmo disse que sentia falta de sua amiguinha de silicone e plástico.

Meu processo foi mais ou menos tranquilo e nada traumático: cada criança tem seu tempo e não adianta se estressar com isso. Então eu vou dar algumas dicas válidas:
  • Não troque o vício da chupeta por outro vício. Isso é como trocar Dedé por Bebé. Depois você vai ter que se livrar desse novo vício.
  • Não trate seu filho como um coitadinho ou fique zombando dele no processo. Humilhação em nada ajuda.
  • Elogie seu filho quando ele der um passo à frente no processo. Ele merece!
  • Diálogo sempre! A gente acha que criança pequena não entende, mas eles entendem tudo mesmo!
  • Tire todas as chupetas da vista do seu filho, não deixe nenhuma de bobeira.
  • Envolva todos no processo: o pai, a professora, a babá, os avós e até os irmãozinhos. Nada pior do que alguém perto boicotando sua missão!

Algumas dicas que achei por aí:
  • Cortar a pontinha da chupeta - acho que isso só funciona com uma pequena parte das crianças
  • Dar a chupeta ao coelhinho da Páscoa, Papai Noel - dizem que funciona, mas tem que esperar a data festiva para fazer o processo.
  • Tirar quando a criança adoecer - dizem que algumas crianças rejeitam a chupeta quando adoecem por não conseguirem sugá-las.
  • Tirar de vez a chupeta, jogando todas elas fora - pode ser traumatizante e tem que ter pulso firme.

Lembrando que, uma hora ou outra, você irá conseguir dar esse passo à frente com o seu filho. Espero que estas dicas e o meu relato tenha sido útil para todas vocês,






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